Redação
O prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, anunciaram nesta sexta-feira (25/06) que as lactantes começarão a ser vacinadas contra a Covid-19 a partir de segunda-feira (28/06). Além disso, de acordo com o 25º Boletim Epidemiológico, divulgado no Centro de Operações Rio (COR), a cidade continua em alto risco de contaminação para a doença e, por isso, as medidas de proteção à vida foram prorrogadas até o dia 12 de julho.
A decisão de começar a vacinação das lactantes teve por base critérios técnico-científicos. O prefeito ressaltou que só fazer pressão não é determinante para liberar a vacina a um grupo específico da população.
– A partir de segunda-feira, a gente começa a vacinar as lactantes, desde que tenham a indicação do profissional de saúde que faz o acompanhamento da criança. Existe uma angústia de diferentes setores da sociedade que querem ser vacinados logo. Não adianta pressão sobre o prefeito para ver o seu grupo vacinado. A pressão é legítima, mas as decisões são tomadas pelas autoridades sanitárias – ressaltou Paes.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alertou que as lactantes, após tomarem a vacina, não devem interromper o aleitamento materno, por causa da reconhecida importância deste alimento para o bebê. O secretário Daniel Soranz frisou que a imunização é necessária a todos, principalmente, porque estamos no inverno.
A manutenção das medidas de proteção à vida, se deveu, principalmente, à preocupação da Prefeitura de que no período de inverno aumenta o número de casos de doenças respiratórias. Daí a necessidade de se reforçar a contínua adoção das medidas sanitárias, como uso de máscara e álcool em gel, e o respeito ao distanciamento social.
– Os meses do inverno são os mais preocupantes para as síndromes gripais, principalmente da Covid, exatamente porque as pessoas andam em ônibus com os vidros fechados, ficam em ambientes mais fechados por conta do frio. A gente reforça o alerta, é muito importante que as pessoas utilizem máscara, evitem se expor desnecessariamente e não se aglomerem. O nosso maior desafio é segurar o avanço da Covid neste período – explicou o secretário Daniel Soranz.
Outro dado que tem recebido a atenção da Prefeitura é o crescente número de pessoas que tentam burlar o sistema de vacinação, na intenção de escolher o fabricante de vacina que vai tomar. Algumas que já receberam a primeira dose de uma marca usam a repescagem para voltar ao posto e tomar outra diferente. Paes foi enfático ao dizer que aqueles que usarem desse artifício terão que responder pelos seus atos.
– As autoridades reafirmam que todas as vacinas funcionam bem, a melhor vacina é aquela que vai no nosso braço. Quero reiterar o nosso pedido, não fiquem querendo burlar o sistema e escolher vacina. Isso é criminoso, é fraude, é um desrespeito à vida. Não vamos deixar essas coisas imunes, vamos identificar os que tomaram vacina diferente fingindo que é a primeira dose. Malandragem demais atrapalha! – afirmou o prefeito, que vai realizar um cruzamento de dados e os casos daqueles que tomaram doses de vacinas diferentes de forma proposital serão encaminhados para investigação do Ministério Público e da polícia.
Vacinação contra a gripe é prorrogada
A Prefeitura anunciou também a prorrogação do período de vacinação contra a gripe até o dia 30 de julho. O público-alvo que ainda não recebeu o imunizante pode comparecer às unidades de atenção primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A Secretaria Municipal de Saúde alerta que quem tomou a vacina contra a Covid-19 deve esperar pelo menos 14 dias para se imunizar contra a gripe, e vice-versa.
Os grupos prioritários para a vacina da gripe são idosos (a partir de 60 anos); crianças de seis meses a cinco anos; gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); indígenas e quilombolas; pessoas com comorbidades ou com deficiência permanente; trabalhadores da saúde e da educação; caminhoneiros e trabalhadores do transporte coletivo e de longo percurso; portuários; população privada de liberdade, adolescentes sob medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional; forças de segurança e salvamento e forças armadas.
Cenário epidemiológico
O 25º Boletim Epidemiológico mostrou que, desde março de 2020, o Município do Rio totalizou 362.131 casos de Covid-19, com 28.270 óbitos. Em 2021 foram 151.404 casos e 9.552 mortes. A taxa de letalidade deste ano atingiu 6,3%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, está em 143,4 a cada 100 mil habitantes, contra 281/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 2.272,9/100 mil, quando em 2020 era de 3.163,4/100 mil.
O boletim indicou ainda a permanência de todas as 33 regiões administrativas do município na classificação de alto risco para a transmissão da Covid-19, considerando as internações e óbitos, pela sétima semana seguida. As médias móveis de atendimentos da rede de urgência e emergência, de casos confirmados e de óbitos pela doença apresentaram queda sustentada.
Na última semana, 17 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 15 moradores locais. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 634, sendo 515 residentes. São 503 casos da brasileira (P.1) e 12 da britânica (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 39 faleceram, 17 permanecem internados e 459 já foram considerados curados. Dos não moradores do Rio infectados pelas variantes, 24 vieram de Manaus, 7 de Rondônia e 88 de outros municípios.
Independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas para a população: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70° ou, quando possível, água e sabão; além das demais medidas de proteção à vida estabelecidas na Resolução Conjunta SES/SMS Nº 871 de 12/01/21, que podem ser consultadas no site coronavirus.rio.
A cidade do Rio começou a perceber os efeitos positivos da vacinação contra a Covid-19. Um dos primeiros grupos prioritários convocados pela campanha, os idosos tiveram o número de hospitalizações em decorrência da doença reduzido pela metade desde o início da vacinação: enquanto no primeiro mês do ano eles representaram 69,9% de todos os pacientes internados, agora eles são apenas 35,3%. Em cinco meses de campanha de vacinação, que começou em 18 de janeiro, um dos públicos-alvo mais vulneráveis à pandemia atingiu o menor índice de hospitalização do ano.
A expectativa é que o mesmo efeito seja observado nas demais faixas etárias, conforme o calendário de vacinação avance. Na última semana, a Prefeitura anunciou a antecipação do cronograma na cidade. Até o fim de junho, serão vacinadas pessoas com 47 anos ou mais; até julho, pessoas com 38 anos ou mais; e até agosto, todos os adultos. Em setembro, será a vez dos adolescentes entre 12 e 17 anos, que receberão os imunizantes autorizados para aplicação nesse grupo à época.
Além da aceleração da aplicação da D1, outra frente de atuação da Secretaria Municipal de Saúde tem sido a busca ativa por pessoas que não retornaram no prazo para tomar a segunda dose (D2) da vacina. Atualmente, no município do Rio, há 78 mil pessoas que descumpriram a data prevista para a D2. É fundamental que a população não perca a data de retorno (anotada a lápis no comprovante da D1), pois somente com o esquema vacinal completo, de duas doses, é possível garantir a eficácia da imunização. Quem estiver com a D2 em atraso deve retornar ao local de vacinação onde tomou a D1, o quanto antes, para completar a proteção contra a covid-19.
Até a última quinta-feira (24/06), 2.836.366 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) da vacina contra a Covid-19 no Rio, representando 53,7% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos). Desse total, 976.600 completaram o esquema vacinal, recebendo também a segunda dose do imunizante.
Para reforçar a campanha de vacinação e garantir a imunidade de cada vez mais cariocas, além das vacinas já disponíveis CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, na próxima semana o município do Rio recebe também o imunizante da Janssen, que em apenas uma dose já é capaz de conferir proteção contra a Covid-19. A SMS ratifica que todas as vacinas ofertadas são comprovadamente eficazes e seguras, e são oferecidas aos cidadãos de acordo com a disponibilidade de cada ponto de vacinação (PV). A população deve garantir a dose da vacina disponível no momento em que se dirigir ao posto, sem preferência por fabricante.
A SMS disponibiliza 280 pontos de vacinação em toda a cidade, de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e mais informações sobre grupos prioritários, documentos, etc. estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS. Neste sábado (26/06), serão vacinadas gestantes e puérperas a partir de 18 anos e trabalhadores da Comlurb, além de haver repescagem para pessoas com 48 anos ou mais, pessoas com deficiência e pessoas com comorbidades (lista PNI).
PaqueTá Vacinada
No domingo, dia 20 de junho, aconteceu importante etapa do projeto “PaqueTá Vacinada”, quando foi alcançada a imunização de 96% da população adulta da ilha com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, como parte de um estudo, com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que vai avaliar os efeitos da vacinação em larga escala e a segurança do imunizante. Apenas 111 moradores maiores de 18 anos ainda não foram vacinados, alguns deles porque contraíram Covid-19 e precisam aguardar passar 30 dias do início dos sintomas para tomar a vacina.
Além da imunização, 70% dos moradores de Paquetá foram testados para inquérito epidemiológico comparativo de presença de anticorpos nos momentos pré e pós-vacinação. Dos testados, 549 foram crianças ou adolescentes, dos quais 21,5% apresentaram resultado indicando que tiveram exposição ao coronavírus.
Medidas de proteção à vida
As medidas de proteção à vida estabelecidas no Decreto Nº 48.912, de 27 de maio de 2021 foram prorrogadas até 12 de julho. Bares, lanchonetes, restaurantes, quiosques da orla e congêneres continuam com permissão para o consumo apenas para clientes sentados, com distanciamento mínimo de um metro e meio entre cada conjunto composto por mesa e cadeiras limitado a oito ocupantes, sendo admitida música ao vivo sem restrição de horário. Já as academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e condicionamento físico podem ter aulas em grupos, com a ocupação dos ambientes limitada a um indivíduo a cada quatro metros quadrados.
Casas de espetáculo, concertos e apresentações podem funcionar, desde que mantenham distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os participantes, com capacidade de lotação máxima de 40% em locais fechados e 60% em locais abertos, somente com público sentado. As mesmas regras valem para atividades comerciais e de prestação de serviços localizadas no interior de shopping centers, centros comerciais e galerias de lojas, bem como as atividades de museu, biblioteca, cinema, teatro, casa de festa, salão de jogos, circo, recreação infantil, parque de diversões, temáticos e aquáticos, pista de patinação, entretenimento, visitações turísticas, aquários, jardim zoológico, apresentações, drive-in, feiras e congressos, exposições e eventos autorizados. Em todas essas ocasiões, a formação de filas de espera e de aglomerações na entrada e saída é proibida.
Rodas de samba estão liberadas, mas continuam suspensos o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança; a realização de eventos, como festas com vendas de ingresso, em áreas públicas e particulares. A fiscalização das indicações do decreto será feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), a Guarda Municipal do Rio de Janeiro e o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).