A Comlurb reforçou os trabalhos para manter as praias e a cidade limpas no feriadão de Carnaval. De sábado (26/02) a terça-feira (01/03), em dias de muito sol e calor, os garis coletaram 813 toneladas de lixo na orla, sendo 486 toneladas na Zona Sul e 327 toneladas na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes. A Companhia mobilizou 600 garis por dia, trabalhando em até três períodos, incluindo a noite/madrugada, para que os banhistas frequentassem areias limpas. Foram disponibilizados 1.250 contêineres de 240 litros distribuídos em pontos estratégicos das praias, inclusive áreas de acesso e passagens.

Os equipamentos também foram entregues aos barraqueiros para que não fizessem o despejo de lixo irregularmente e incentivassem o uso correto por parte dos frequentadores. A Companhia instalou 114 novas papeleiras na orla para receber detritos de menor porte. A Companhia também promoveu campanhas de conscientização nas praias para o descarte correto, com a presença de equipes do Lixo Zero e do grupo Chegando de Surpresa, composto por garis que usam dança e música para orientar a população.

Para quem insistiu em jogar sujeira no chão, equipes do Lixo Zero atuaram em conjunto com as operações da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) fiscalizando a Barra da Tijuca, a Zona Sul e a Lapa. Foram emitidas 59 multas, a maioria referente ao descarte irregular nas ruas de resíduos, como bitucas de cigarro, latas e garrafas. Quem urinou em via pública também foi alvo de ficais. As equipes agiram ainda na Rodoviária e no Aeroporto Santos Dumont, onde foram registradas mais cinco multas.

Um folião subiu num veículo blindado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, popularmente chamado de caveirão, durante um bloco de Carnaval clandestino na noite deste domingo (27) na Ilha do Governador, na zona norte da cidade.

Em vídeo que circula nas redes sociais, um dos foliões do bloco -fantasiado com bermuda azul, blusa amarela e meião de futebol– se apoia na lateral do veículo blindado com uma mão, enquanto segura uma latinha com a outra. Na imagens ainda é possível ver que o "caveirão" está parado em frente ao posto da da PM no Morro do Barbante e há uma viatura ao lado.

No Twitter, as imagens renderam piada: "Alguém diz para a galera dessa comunidade que não pode ter bloco de Carnaval! Rs Será que os policiais conseguem botar ordem nesse local? Caveirão virou trio-elétrico! Rs [sic]", publicou um internauta.

A Polícia Militar informou que, assim que o comando do 17º batalhão (Ilha do Governador) soube da movimentação festiva e do ato, enviou uma patrulha até o local, dispersou o público e repreendeu o homem que subiu no "caveirão".

Questionada sobre quantos cortejos desmobilizou até agora, a PM respondeu apenas que "segue atuando, com efetivo padrão e extra, em toda a região metropolitana, à disposição dos órgãos municipais fiscalizadores, para apoiar nas ações de ordenamento urbano".

Apesar de o prefeito Eduardo Paes (PSD) ter proibido os blocos de rua em janeiro, diversos cortejos clandestinos se espalharam pela cidade, principalmente no centro. Diante de uma repressão tímida pela PM e pela Guarda Municipal, os foliões passaram a se sentir mais à vontade.

O clima é de improviso, com músicos que se juntam nas ruas e foliões circulando entre um bloco e outro, seguindo informações nas redes sociais. Sem estrutura de banheiros, esquema especial de limpeza ou cadastramento de ambulantes, os desfiles têm deixado um rastro de lixo e xixi.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública e a Guarda Municipal afirmaram que 1.260 agentes realizam a fiscalização diariamente e que dispersaram até agora 11 blocos clandestinos durante o feriado: três no sábado, cinco no domingo e três nesta segunda.

Os órgãos dizem que "atuam na desmobilização desses eventos com diálogo e conscientização, com foco na redução de possíveis danos em situações com multidões e também para evitar o bloqueio de vias". Acrescentam ainda que contam com a conscientização e a colaboração da população.

"Durante as abordagens feitas pelos agentes, os organizadores dos blocos clandestinos não se apresentam formalmente, não sendo possível, até o momento identificação de responsáveis. Após intervenção das equipes, os foliões se dispersam dos locais."

Na prática, porém, o mais comum é que a multidão passe sem que haja intervenção, mesmo sendo observada por policiais e guardas municipais.

Não há previsão de multa para participantes dos blocos clandestinos, disse à Folha de S.Paulo na sexta (26) o secretário Brenno Carnevale (Ordem Pública). No entanto, se organizadores fossem identificados, afirmou, poderiam sofrer multa administrativa de cerca de R$ 1.000.

Publicamente, Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição, ignoram a folia. Eles não se pronunciaram até agora sobre a realização dos desfiles, a despeito da proibição.

Na manhã desta segunda (28), o prefeito publicou uma selfie em sua sala com a legenda: "Bom dia. Esse ano o Rei Momo só assume em abril. Bora trabalhar!".

A Operação Lei Seca no Rio de Janeiro flagrou 1.001 motoristas com sinais de embriaguez no período do carnaval. As ações de fiscalização foram intensificadas entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março, totalizando 5.408 abordagens. As informações são da Agência Brasil.

O número de casos de alcoolemia representa 18,51% do total de abordagens. Segundo o superintendente da Operação Lei Seca, tenente-coronel Fábio Pinho, os casos de embriaguez ao volante deram um salto na comparação com os registros dos dois anos anteriores. No carnaval do ano passado foram flagrados 207 motoristas dirigindo embriagados e, em 2020, 177.

"É muito preocupante esse número tão expressivo de casos de alcoolemia durante os feriados. E isso reforça a importância da nossa operação nas ruas, por isso seguiremos reforçando a fiscalização na missão de salvar vidas e tornar o trânsito mais seguro", explicou.

As ações nas rodovias do estado do Rio foram feitas em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, Batalhão de Polícia de Choque e o Batalhão de Ações com Cães.

Em todo o ano de 2021, no estado do Rio, a Operação Lei Seca fez 2.689 fiscalizações, abordando 153.806 motoristas, com 19.952 deles apresentando sinais de alcoolemia, o que representa 12,97%.

Subiu para 231 o número de mortes confirmadas após o temporal que atingiu Petrópolis em 15 de fevereiro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo gabinete integrado responsável por coordenar ações na cidade, localizada na região serrana do Rio de Janeiro. Até domingo (27), eram 229 mortos. Há também cinco pessoas desaparecidas.

Atualmente, há ainda 876 pessoas em abrigadas em escolas municipais e no Colégio Estadual Rui Barbosa. Isso porque várias casas ficaram destruídas ou tiveram a estrutura comprometida após o temporal do dia 15 e não é possível retornar para elas.

No domingo, a Prefeitura de Petrópolis informou que, até agora, 208 pessoas que morreram nas chuvas foram sepultadas no Cemitério do Centro. O forte temporal que atingiu Petrópolis provocou alagamentos, inundações e deslizamentos em vários pontos. Vídeos e fotos mostraram imagens de carros e ônibus sendo arrastados por fortes correntezas, enquanto pessoas tentavam se salvar. O município decretou estado de calamidade pública.

A cidade já vinha sofrendo há dias com fortes chuvas na região, mas, naquele dia, foram registrados cerca de 260 mm de precipitação em um período de apenas seis horas, levando caos ao município.

Trata-se da pior tragédia provocada pelas chuvas fortes já registrado no município pela Defesa Civil, que realiza a medição desde 1932. Em apenas três horas, choveu mais do que o previsto para todo o mês de fevereiro.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) exaltou nesta segunda a presença e as ações das Forças Armadas em Petrópolis. No entanto, moradores da cidade já se queixaram do trabalho dos militares por lá.

O governo estadual autorizou, no dia 18, gastos de R$ 150 milhões para obras emergenciais em cinco áreas prioritárias em Petrópolis, como a rua 24 de Maio, rodovia Washington Luiz, praça Conde D'eu e na rua Teresa, conhecida pelo comércio.

Ainda haverá trabalhos no Túnel Extravasor do Palatinado, que teve sua galeria rompida, interditando parcialmente algumas vias. Além das Forças Armadas, os bombeiros e a Defesa Civil continuam na região.

Subiu para 232 o número de pessoas mortas durante as chuvas que arrasaram Petrópolis, cidade na região serrana do Rio de Janeiro.

Desse total, 138 são mulheres e 94 homens –entre eles há 44 menores de idade. Até terça (01), 210 pessoas foram enterradas no cemitério da cidade.

O temporal que caiu sobre o município no último dia 15 provocou deslizamentos, destruiu bairros e matou famílias inteiras. Segundo a Defesa Civil, caíram sobre Petrópolis 259,8 mm de chuva, o equivalente a 259,8 litros por metro quadrado, o maior volume já registrado na cidade em 90 anos.

O Corpo de Bombeiros atua na Chácara Flora e no rio Quitandinha para localizar cinco pessoas que continuam desaparecidas.

Segundo a corporação, a varredura nos rios é feita com mergulhadores e equipes terrestres que contam com o auxílio de maquinários e de cães de busca e salvamento. Na última segunda (28), mais de 130 agentes atuaram nas operações de busca.

Além do grande número de mortos, a chuva que castigou Petrópolis deixou 1.117 pessoas desabrigadas. Elas foram acolhidas nos pontos de apoio montados pela prefeitura e em abrigos organizados por voluntários. Ao todo, são 34 locais de acolhimento, onde os desabrigados recebem ajuda para higiene pessoal, atendimento de saúde e psicólogo.

Segundo a prefeitura, quem está nos abrigos foi automaticamente cadastrado no programa Aluguel Social. Essas pessoas terão direito ao valor de R$ 1.000, sendo R$ 800 pagos pelo governo estadual e R$ 200 pela prefeitura.

Desde o dia da tragédia, a Defesa Civil registrou mais de 3.800 ocorrências, das quais 3.200 são por deslizamentos.

A destruição causada pelas chuvas também afetou o comércio local. De acordo com pesquisa feita pelo IFec RJ (Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises), as chuvas na cidade causaram um prejuízo de mais de R$ 78 milhões ao comércio.

Segundo o estudo, 65,8% dos comerciantes tiveram perda ou queda de faturamento e 32,4% tiveram seus estabelecimentos ou depósitos alagados. O levantamento ouviu 245 comerciantes entre os dias 16 e 17 de fevereiro.

Já a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) estima que o PIB (Produto Interno Bruto) de Petrópolis deve sofrer perdas de R$ 665 milhões por causa dos estragos provocados pelo temporal.

Por: Ana Luiza Albuquerque e Bianca Guilherme

Se nos primeiros dias de Carnaval ainda havia dúvidas sobre o que as autoridades do Rio de Janeiro fariam diante dos blocos de rua clandestinos, nesta segunda-feira (28) os foliões já se sentem mais à vontade sabendo que os cortejos estão sendo pouco reprimidos. Os blocos foram proibidos em janeiro pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), em meio a um avanço da variante ômicron no país. Desde a noite de sexta-feira (25), porém, diversos cortejos já ocorreram na cidade, especialmente no Centro, inclusive sob a observação de policiais militares e guardas municipais.

O prefeito e o governador Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição, não se pronunciaram sobre a realização dos desfiles, a despeito da proibição. Quem tinha receio de ser alvo de repressão já perdeu o medo. Com isso, os blocos vão ganhando mais participantes. É o caso da engenheira Alanna Ornellas, 33, que na tarde desta segunda esteve em um cortejo no centro da cidade.

"No começo tínhamos medo do que poderia acontecer, de a polícia fazer guerra com a gente, de um jeito mais agressivo. Agora vimos que isso não está acontecendo", diz.
Ornellas afirma ter percebido que o controle da Guarda Municipal está mais voltado para os ambulantes, e não para os foliões.

"Eu percebi que a guarda já desistiu, porque o bloco não atrapalha o trânsito, então estão liberando mais. Sem essa fiscalização, incentiva a gente a ir mais para o bloco."

O enfermeiro Douglas Gomes, 31, diz que tinha receio que a Polícia Militar fosse interferir, mas que até aquele momento estava "tudo normal". "Está errado? Está. Mas nos eventos fechados não está tendo controle nenhum. Eu estou mais seguro num lugar aberto do que num fechado", afirma.

Procurada, a secretaria de Ordem Pública disse à reportagem que dez blocos clandestinos foram desmobilizados ao longo do feriado, sendo três no sábado (26), cinco no domingo (27) e dois nesta segunda (28).

Segundo a pasta, os eventos estão sendo monitorados por meio do setor de inteligência, para que não haja transtornos na cidade, e a Guarda Municipal está atuando na desmobilização, "com diálogo e conscientização".

As fiscalizações são realizadas por 1.260 agentes diariamente, de acordo com a secretaria. A pasta não respondeu se houve comunicação entre a prefeitura e o governo estadual, ao qual a Polícia Militar está submetida, para desmobilizar os cortejos. Tampouco esclareceu se a guarda está conseguindo atender a demanda para a fiscalização dos blocos na cidade.

Na tarde desta segunda, a reportagem acompanhou um cortejo que saiu da Praça XV, passando pela rua do Rosário e cortando a avenida Rio Branco, uma das mais movimentadas do Centro.

Uma equipe de poucos guardas municipais chegou ao local para tentar organizar o trânsito. Um deles, irritado, defendeu que os foliões deveriam fazer a festa em uma praça, para não atrapalhar a circulação. Ele disse que já havia encontrado três blocos na região central nesta segunda-feira.

A designer Isa Guedes, 33, diz que criou mais coragem para ocupar as ruas quando viu que esse tipo de reunião estava sendo possível. "Chega uma hora que não tem jeito, tem gente demais e eles não podem simplesmente prender mil pessoas ao mesmo tempo", afirma.

A reportagem conversou com um grupo de amigos que veio do Maranhão para aproveitar o Carnaval no Rio. Inicialmente, o plano era participar das festas privadas, permitidas pelo poder público, mas eles acabaram surpreendidos pela circulação dos blocos de rua.

"Este Carnaval está bem atípico. A gente imaginava que haveria mais fiscalização. Eles veem, mas não fazem nada", afirma a dentista Juliana Soares, 29.

A ilegalidade dos blocos traz problemas como a falta de segurança para os próprios foliões, já que as vias não foram fechadas pela prefeitura. Os participantes acabam se arriscando no meio dos carros, ônibus e até do VLT que circula no centro da cidade. O uso de álcool e drogas também aumenta o risco de acidentes.

Nesta tarde, a reportagem viu uma foliã deitada no meio da avenida Rio Branco, posando para uma foto, enquanto os carros ameaçavam seguir em frente. Uma amiga a convenceu a se levantar e a sair do local.

Sem estrutura de banheiros, esquema especial de limpeza ou cadastramento de ambulantes, os blocos também deixam rastros de lixo e xixi nas ruas da região central. Não há previsão de multa para participantes dos blocos clandestinos, disse ao jornal Folha de S.Paulo na sexta-feira o secretário Brenno Carnevale (Ordem Pública). Porém, se organizadores fossem identificados, afirmou, poderiam sofrer multa administrativa de cerca de R$ 1.000.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar disse que o balanço com o número de blocos desmobilizados só estará disponível ao fim do feriado. A PM não respondeu por qual motivo diversos blocos estão desfilando pelas ruas mesmo sob a observação de policiais. Também não esclareceu qual a ordem do governo estadual para a atuação neste tipo de ocorrência durante o Carnaval.

No dia anterior, a corporação havia afirmado que "segue à disposição dos órgãos municipais para apoiar nas ações de ordenamento em todo o estado". No sábado (26), um desfile teve início em frente ao prédio do 5º Batalhão da Polícia Militar, na praça da Harmonia. Antes da saída, um policial chegou a filmar a movimentação no local, com centenas de foliões fantasiados, mas não houve intervenção.

No domingo (27), um bloco que percorreu o Morro da Conceição também chegou a ter a presença de uma equipe grande com cães e cassetetes, mas sem ocorrências. É comum que os músicos parem de tocar quando a viatura passa e, logo depois, o som volte.

Na manhã desta segunda-feira (28), o prefeito Eduardo Paes publicou no Twitter uma selfie na prefeitura, com a legenda: "Bom dia. Esse ano o Rei Momo só assume em abril. Bora trabalhar!".

Nos comentários, alguns internautas criticaram a publicação e lembraram que os blocos estão ocorrendo. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), responsável por monitorar o Carnaval e pela atuação da Guarda Municipal, também divulgou apenas imagens de patrulhamentos na orla da zona sul da cidade e em pontos turísticos.