A Fundação Parques e Jardins (FPJ), vinculada à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, deu início na última semana às primeiras ações do projeto de revitalização da Praça Paris, um dos espaços históricos mais queridos dos cariocas no eixo central da cidade. Moradores da Glória e admiradores da praça já começaram a perceber as primeiras intervenções, que fazem parte de um conjunto de ações que a Praça Paris vai receber ao longo de 20 dias.

O projeto contempla limpeza dos jardins, roçada, capina, poda de arbustos e de árvores, plantio de grama e de mudas com porte de 1,5m, adubação completa, recuperação dos bancos, reforma e pintura das muretas e colocação de saibro. A previsão para a conclusão da primeira fase dos trabalhos é para o dia 9 de dezembro.

Outro destaque fica por conta dos arbustos ornamentais que receberam uma poda polêmica em julho deste ano, a poda topiária, técnica de jardinagem utilizada para esculpir plantas, conferindo um formato artístico às mesas. A Fundação Parques e Jardins informa que, após o desbaste necessário, as plantas recuperaram o formato artístico, o vigor e estão crescendo verdejantes e saudáveis.

Jardim parisiense

Um dos maiores parques públicos da cidade, a Praça Paris foi projetada pelo arquiteto e urbanista francês Alfredo Agache e inaugurada em 1929.  Considerada um pedacinho da França no Rio, como uma joia da belle époque, a praça possui elementos inspirados nos jardins parisienses, como as galerias com traçado geométrico, monumentos, chafariz e um lago de 1.600m².

A previsão para a conclusão da primeira fase dos trabalhos é para o dia 9 de dezembro – Divulgação

Por: Igor Mello

As armas utilizadas por policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) durante a operação deste fim de semana no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, ainda não foram apreendidas pela Polícia Civil, indica o RO (Registro de Ocorrência) de oito mortes ocorridas na comunidade. O documento foi obtido pelo UOL.

Segundo o documento, lavrado pela DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí) no fim da manhã de ontem (22), foram realizadas diversas diligências após moradores da comunidade resgatarem ao menos oito corpos de um mangue da região, mas a apreensão das armas não está entre elas.

Técnicos da Polícia Civil fizeram a perícia do local onde os corpos foram achados, recolheram 25 estojos de munição de fuzil calibre.762, 12 estojos e um cartucho de fuzil .556. Também foram encontrados quatro estojos de calibre .9mm, utilizado em pistolas das polícias - até 2019 essa munição era de uso restrito, mas um decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) liberou a compra por civis. Armas, no entanto, não foram encontradas.

Em nota a Polícia Civil afirmou que a DHNSG "enviou um ofício à Polícia Militar solicitando os nomes dos agentes que participaram da ação e apreensão das armas para exames periciais".

A equipe da DHNSG foi acionada às 8h, após as imagens dos próprios moradores do Complexo do Salgueiro retirando os corpos dos mortos do mangue ganharem repercussão na imprensa e nas redes sociais. O Ministério Público também abriu uma investigação independente sobre as mortes ocorridas durante a operação policial.

Segundo levantamento do Geni (Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos), que reúne pesquisadores da UFF (Universidade Federal Fluminense), o Complexo do Salgueiro tem um histórico de violência policial: desde 2007, a região foi alvo de 205 operações policiais, com um saldo de 80 mortos - os dados vão até o fim de outubro deste ano. O Geni registra ainda outras nove operações classificadas como chacinas (com três ou mais civis mortos) desde 2007, cinco apenas em 2021.

Segundo os moradores, os homens foram mortos durante uma ação do Bope no último domingo. Os policiais foram à comunidade porque supostamente havia a informação de que um dos responsáveis pelo assassinato do sargento Leandro Silva - ele foi baleado quando criminosos atacaram uma guarnição do 7º BPM (São Gonçalo) perto da área de mangue na comunidade.

POLICIAIS NÃO FORAM IDENTIFICADOS

Segundo o RO, parentes das vítimas identificaram sete dos oito corpos ainda durante as diligências na comunidade. Já a cena do crime, segundo o relato policia, foi desfeita em razão da remoção dos corpos pelos moradores e pelo trânsito de pessoas, o que pode prejudicar a investigação. Os nomes dos policiais que participaram da ação também não foram identificados.

Isso ocorre porque o inquérito tem uma circunstância pouco usual: normalmente são os próprios policiais que vão à delegacia registrar casos de mortes por intervenção de agentes do Estado. Como isso não ocorreu no Salgueiro, os investigadores da Polícia Civil terão primeiramente que identificar os policiais envolvidos nos homicídios, para só então apurar se houve prática de crimes pelos PMs.

Em nota, a Polícia Civil informou que está recolhendo depoimentos e irá ouvir outras testemunhas ao longo da investigação, mas não divulgou nomes. Além disso, a corporação aguarda os laudos de necropsia dos mortos.

PM NÃO FEZ VARREDURA APÓS OPERAÇÃO


O porta-voz da PM, o tenente-coronel Ivan Blaz, disse ao UOL que, durante a ação, suspeitos de serem traficantes se refugiaram na área da mata e, após cessarem os supostos confrontos, não foi feita uma varredura no local devido à complexidade da região.

Segundo Blaz, houve uma ocupação na quinta-feira (18) na região e foram registrados confrontos durante três dias. De acordo com ele, a operação foi informada ao Ministério Público e tinha como objetivo combater a criminalidade.

Segundo a PM, foram apreendidos na ação duas pistolas, 14 munições calibre 9 milímetros, 56 munições de fuzil calibre 762, cinco carregadores (dois para fuzil e três para pistola), um uniforme camuflado, 813 tabletes de maconha, 3.734 sacolés de pó branco e 3.760 sacolés de material assemelhado ao crack. A ocorrência foi encaminhada para a delegacia da área.

PMS DE BATALHÃO DO SARGENTO MORTO FIZERAM FESTA


Moradores do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, relatam que policiais militares do 7º BPM fizeram festa em uma piscina a cerca de 500 metros de onde foram encontrados corpos em um mangue na manhã de hoje.

A festa teria acontecido na noite de sábado (20) e entre a noite de domingo (21) e a madrugada desta segunda (22), ou seja, antes e depois da chacina -que aconteceu no início da noite de domingo.

Os relatos dão conta de que um grupo de ao menos 20 policiais militares entrou no Piscina's Bar na tarde de sábado, e ficou até as 22h. No domingo, por volta das 18h, o grupo voltou para a piscina e ficou até a madrugada.

Dentro do estabelecimento, que estava fechado desde a última invasão -também por PMs, segundo moradores -há inscrições que fazem menção a dois grupos milicianos diferentes, bonde do Ecko e do Tandera, além de uma menção à facção criminosa Terceiro Comando Puro.

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Conservação, começou neste ano a devolver para as ruas máquinas próprias que estavam paradas há anos por falta de manutenção. Ao todo, cinco retroescavadeiras, quatro caminhões e dez rolos compactadores – conhecidos como rolinhos – já ficaram prontos ou estão em fase final de reparos. Os equipamentos foram recuperados na Gerência de Máquinas e Viaturas, em Irajá.

A secretária de Conservação, Anna Laura Secco, ressaltou que a Gerência de Máquinas e Viaturas é motivo de orgulho.

– São todos funcionários de carreira, com anos de dedicação à Prefeitura e, em especial, às nossas máquinas. Quando assumi a Secretaria fiz questão de visitar as gerências, conhecer as equipes e conferir de perto suas condições de trabalho e seus equipamentos – afirmou a secretária.

Enquanto as retroescavadeiras são usadas em ações como reparo de galerias de águas pluviais, limpeza de valas e demolições, por exemplo, os rolos compactadores são empregados em serviços de reposição asfáltica, popularmente chamados de tapa-buraco. Já os caminhões servem para transporte de entulho a ser descartado e de massa asfáltica para aplicação em pistas.

Desde janeiro, a Conservação já tapou mais de 103 mil buracos, limpou cerca de 125 mil metros de galerias de águas pluviais e demoliu mais de 1.100 construções, entre edificações sem possibilidade de legalização e imóveis condenados pela Defesa Civil.

Para a secretária de Conservação, colocar máquinas próprias em funcionamento é mais um sinal do compromisso da atual gestão da Prefeitura com o Rio de Janeiro e os cariocas.

– Retroescavadeiras, caminhões e rolinhos fazem parte da nossa rotina de serviços. Não dava para aceitar que estivessem parados, se deteriorando, em vez de atuando nas ruas. Até então, nosso trabalho era executado somente com equipamentos de contratos terceirizados. Agora, temos os nossos – frisou Anna Laura.

A recuperação das máquinas da Conservação custou em torno de R$ 15 mil e incluiu serviços como troca de peças, pintura, lubrificação e limpeza. Para se ter uma ideia da economia feita, o aluguel mensal de uma retroescavadeira sai por R$ 18,5 mil, enquanto comprar uma nova significa desembolsar cerca de R$ 300 mil. No caso dos caminhões, o aluguel por mês é de R$ 10,5 mil e o veículo zero quilômetro é vendido, em média, por R$ 200 mil. Já o preço de um rolo compactador para locação por 30 dias é de R$ 8 mil, pulando para algo em torno de R$ 70 mil se a opção for adquirir um equipamento desse tipo.

A prefeitura da cidade de Niterói celebrou seu aniversário de 448 anos e prestou uma homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo (1978-2021) nesta segunda-feira (22). Foram inauguradas estátuas do ator e sua personagem Dona Hermínia, no Campo de São Bento, em Icaraí.

Déa Lúcia Amaral, mãe do artista e principal inspiração para a personagem da franquia de sucesso "Minha Mãe é Uma Peça" compareceu ao evento. "Agradeço a Secretaria de Cultura pela homenagem que estão fazendo pro meu filho, Paulo Gustavo", começou.

"Vir aqui é muito difícil, vim porque eu amo a cidade e eu já cantei nesse Campo de São Bento muitos e muitos anos. Eu sou totalmente agradecida a Niterói", disse Déa Lúcia em vídeo. O prefeito da cidade, Axel Grael (PDT) também falou sobre a homenagem em seu Instagram e compartilhou vídeos da inauguração.

"Paulo Gustavo sempre estará presente em nossos corações! Foi emocionante prestar essa homenagem", escreveu o prefeito na publicação. "Essa é a homenagem da nossa cidade ao grande artista que levou o nome de Niterói para o mundo. Paulo Gustavo, você será para sempre amado e lembrado por todos nós niteroienses!", diz ainda outra publicação feita no Instagram da prefeitura da cidade.

O humorista, nascido em Niterói, morreu em maio deste ano, aos 42 anos, devido a complicações causadas pelo coronavírus, após ficar cerca de dois meses internado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital no Rio de Janeiro.

Por: Ana Luiza Albuquerque

Laudos da Polícia Civil do Rio de Janeiro concluíram que as nove mortes que ocorreram no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, após operação policial no último fim de semana, foram causadas por disparos de arma de fogo.

De acordo com a necropsia, não há indícios de facadas ou de ferimentos gerados por outro tipo de arma de ação cortante ou perfurocortante. Familiares e moradores da comunidade afirmaram que os corpos tinham marcas de tortura e de facadas.

Projéteis arrecadados em três corpos passarão por confronto balístico. As armas dos policiais militares que participaram da ação e a lista dos nomes dos agentes devem ser entregues ainda nesta quarta-feira (24) à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí, que investiga o caso.

Em nota, a polícia afirmou que testemunhas estão sendo ouvidas e que outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos. O confronto no Salgueiro teve início no sábado, quando o policial militar Leandro da Silva foi morto a tiros durante um patrulhamento. Em seguida, 75 agentes das equipes Charlie e Delta do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio) foram acionadas para "estabilizar o terreno e cessar os confrontos", segundo a corporação.

Relatório da polícia, ao qual a reportagem teve acesso, afirma que o objetivo da operação foi reprimir ações de ataque às viaturas policiais de serviço. No documento, a Polícia Militar diz que, diante da morte do sargento, tornou-se "imperiosa" a atuação da unidade especial para restabelecer a ordem na área, identificar e prender os responsáveis pelo assassinato e providenciar a retirada em segurança dos policiais que permaneciam no interior da comunidade.

Especialistas consultados pela reportagem afirmam que as chamadas "Operações Vingança" são comuns após a morte de um agente. Dissertação de mestrado da pesquisadora Terine Husek, apresentada na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 2017, mostra que, quando um policial é morto em serviço, as chances de um civil ser morto pela polícia no dia seguinte aumentam em 350%. Nos sete dias posteriores, em 125%. No mesmo dia, em 1.150%.

A operação no Salgueiro se estendeu por todo o final de semana e resultou na morte de nove pessoas que, ainda de acordo com a polícia, foram atingidas em confronto. A corporação não isolou o local e não avisou a Polícia Civil e o Ministério Público sobre a existência de corpos. Oito deles foram retirados de um mangue por moradores, apenas na segunda-feira (22) pela manhã.

Os nove mortos foram identificados como Carlos Eduardo Curado de Almeida, 33, David Wilson Oliveira Antunes, 23, Douglas Vinicius Medeiros da Silva, 27, Elio da Silva Araújo, 52, Italo George Barbosa de Souza Gouvêa Ros, 33, Jhonatan Klando Pacheco, 26, Kauã Brenner Gonçalves Miranda, 17, Rafael Menezes Alves, 28, e Igor da Costa Coutinho (sem informação sobre idade).

Além da Polícia Civil, a PM disse que também instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da operação. O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que abriu um Procedimento Investigatório Criminal próprio para investigar a operação. Um perito também foi designado ao IML para acompanhar o exame dos corpos.

Em nota, a Defensoria Pública apontou preocupação por "não ter havido comunicação imediata por parte da Polícia Militar à Polícia Civil e ao Ministério Público da existência de corpos na comunidade". "Além disso, não houve acautelamento do local, fundamental para a realização da perícia."

Testemunhas que participaram dos acontecimentos contaram à reportagem sua versão do que aconteceu ali, que diverge da narrativa de confronto alegada pela polícia. Nenhuma delas será identificada por motivos de segurança.

Segundo esses relatos, policiais fizeram um churrasco, mataram ao menos três homens que não eram envolvidos com o crime, torturaram parte das vítimas e depois levaram duas mochilas de dinheiro, fuzis e pistolas que não estão entre as apreensões divulgadas oficialmente.

Ainda de acordo os relatos, os agentes teriam entrado no chamado Piscina's Bar no domingo (21) usando uma chave mestra e feito uma festa regada a cerveja e churrasco, deixando para trás escritos como "milícia Ecko" e os nomes do miliciano "Tandera" e da facção rival "TCP".

Do lado interno do portão marrom, os presentes escreveram um recado: "Obrigado pela recepção, ass: ? [delta] force, bonde do caça siri". Delta é o nome da equipe do Bope que realizou a operação policial no domingo.

O relatório apresentado pela polícia afirma que, durante a operação de domingo, a equipe Delta foi surpreendida inúmeras vezes por ataques do tráfico em locais diferentes, inclusive durante patrulhamento na área de mata. O texto diz que, então, a Delta iniciou "uma resposta proporcional à injusta agressão executada pelos marginais fortemente armados".

As capivaras costumam virar notícia por motivos variados. Já vimos casos de capivara atacando cabras, a cidade no interior de São Paulo que inaugurou um monumento para homenagear o animal, e o homem que foi atacado durante um mergulho, sem contar os casos de bombeiros chamados para resgatar capivaras que invadem residências. No entanto, por mais fofo que o animal pareça, você sabe por que não devemos fazer carinho em uma capivara?

O estudante de biologia e tiktoker André Francis, que tem mais de 42 mil seguidores no TikTok, contou porque devemos evitar tocar nas capivaras.

"Que capivara é fofa todo mundo sabe, quem discorda disso tem um desvio de caráter. Mas uma coisa que a gente nunca pode fazer é em hipótese alguma é colocar a mão em uma capivara", disse o estudante, em um vídeo bem-humorado, que viralizou.

Francis, que usa seu perfil para falar sobre assuntos ligados a ciência e biologia, alertou que a capivara é um dos hospedeiros do carrapato-estrela, "que transmite uma família de bactérias que a gente chama de Rickettsia e que causa a febre maculosa".

Os sintomas mais comuns da doença, são "conjuntivite, febre e vermelhidão pelo corpo. Em casos mais graves, causa gangrena dos dedos e também da orelha", relata Francis. De acordo com os dados públicos do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), o Brasil teve 2090 casos de febre maculosa brasileira (FMB) registrados de 2000 a 2018. A distribuição dos casos por região mostra uma concentração na região Sudeste (73,73%) e na região Sul (23,92%). O Centro-Oeste registrou 22 casos (1,05%).
Quanto às mortes, foram 681 no mesmo período, a maioria no Sudeste (98,8%).

O estudante também alertou para o risco de outra doença, também transmitida por carrapatos: a doença de Lyme. Comum nos Estados Unidos e no Canadá, ela é provocada por um tipo de bactéria transmitida por carrapatos.

"Além de outras coisas (a doença de Lyme) pode causar fadiga crônica, perda muscular e alterações neurológicas", diz Francis, que faz um apelo sobre os animais silvestres: "Deixem só para ver de longe, porque eles podem ser depósitos de vetores de doenças ou de vírus e bactérias. E isso pode ser perigoso para você e para eles".